sábado, 24 de janeiro de 2009

Escrever

Quando queremos escrever, mas não temos assunto, refugiamo-nos em rotinas. Banalidades. Casualidades. Intimidades. Lixo televisivo. Devaneios. O tempo, o eterno refúgio (se bem que na escrita não tem tanto impacto como numa conversa).

Admiro quem escreve por gosto e não se cansa. Quem consegue passar um dia de trabalho debruçado sobre palavras. Admiro quem quer passar um dia inteiro a lidar com elas. Moldando-as, transformando-as, criando histórias. Quem consegue fazê-las passar pelo buraco da fechadura que é o bloqueio. Gostava que as palavras me amassem tanto como eu as amo. De verdade. Mas é fácil amar o que não tem defeitos, certo?

Sou uma crónica

Seguindo o exemplo de alguém que conheço e cujo resultado corresponde à realidade de uma forma tão literal que teríamos de inventar um novo nome para realidade para descrevê-lo, fiz o teste de espírito leve. E depois sai-se-me este resultado.




You're The Lion, the Witch and the Wardrobe!

by C.S. Lewis

You were just looking for some decent clothes when everything changed
quite dramatically. For the better or for the worse, it is still hard to tell. Now it
seems like winter will never end and you feel cursed. Soon there will be an epic
struggle between two forces in your life and you are very concerned about a betrayal
that could turn the balance. If this makes it sound like you're re-enacting Christian
theological events, that may or may not be coincidence. When in doubt, put your trust
in zoo animals.



Take the Book Quiz
at the Blue Pyramid.



Tenho de aprender a confiar mais em animais. Está visto. E ter mais cuidado a escolher roupa.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Ponto final

Às vezes, o melhor é não olhar para trás nem para baixo. O melhor é olhar em frente, para o que ainda há-de vir. Mesmo que não venha, quando estivermos à frente, não vamos estar a olhar para trás, para o que não veio. Wise words de uma amiga. Pode ser que citando o que disseste lhe dês mais importância. Vá lá, isto é só uma fase menos boa. Olha para a frente. De certeza que só virão coisas boas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

...

O tormento das palavras que não saem. Ficam engasgadas na garganta, na ponta dos dedos, às vezes debaixo da língua. Sufocam. Martirizam. Quisera eu ser escritor - como se isso resolvesse o problema, na verdade só piora - ou simples poeta. Pena as palavras serem as minhas piores inimigas (ainda não aprendi a gostar delas). Por enquanto, deixo-me levar pelos silêncios. Deles gosto. Não ferem os ouvidos, não atormentam os olhos, são leves ao tacto. Vou-me deixar afundar na ausência de palavras. O monólogo do silêncio...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

My coffee latte nights

Consigo sentir o sabor da tarte, o doce da massa e o ligeiramente ácido dos mirtilos, o morno da cozedura e o frio do gelado de baunilha, tudo num só toque de lábios. Imagino as nossas mãos dadas em cima da mesa, o teu toque quente na pele ferida pelo vento, olhos fixos nos meus. Ao longe uma melodia de voz grave, como um mar que nos afoga pouco a pouco.



Obrigado a esta amiga, por me ter obrigado a ver este filme. Trouxe-me memórias e expectativas, tudo numa só vaga. Não é que tenha gostado muito do enredo, mas dei por mim a não dar por mim. E na melhor das companhias.