Tenho para mim que não fui feito para escrever. Qualquer coincidência com a realidade é pura semelhança.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Das escritas
Hoje obriguei-me a escrever. Porque sim. Não se trata de escrever por escrever, mas escrever para manter um hábito. É que me parece que há muito poucas actividades, hoje em dia, que exijam o uso da massa cinzenta e tenho um certo receio de que ela mingue tipo os músculos dos abdominais que não faço há anos.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Não compreendo as mulheres
As mulheres, ou pelo menos aquelas que tive a honra de conhecer, têm este péssimo hábito de não verbalizarem logo de início aquilo que lhes passa pela cabeça ou de guardarem para si impressões que a nós nem nos ocorreram. Falo especificamente daquilo que elas gostariam que tivessemos dito nesta ou naquela ocasião e que, por não dizermos, influenciamos negativamente o seu estado de humor, já de si delicado, fazendo com que se tornem resmungonas e mal-dispostas.
E se cometemos o erro de perguntar se algo está mal, levamos com aquele olhar fulminante - um dos pontos em comum com as várias mulheres que tive a honra de conhecer; o que faz com que haja também este ponto em comum com os vários homens que se cruzaram comigo, o que nos torna ainda mais solidários uns com os outros (coisa que elas parecem detestar).
Está visto que não percebo nada de mulheres apesar de gostar bastante delas, no geral. É que, pelos vistos, é suposto que adivinhemos o que dizer naquelas alturas em que apenas nos ocorre ficar calados ou mudar de assunto (ou de canal, depende da situação), o que nos torna, aos olhos delas, insensíveis. E mais vale nem sequer perguntar o que se passa, senão somos enxovalhados por não partilharmos de telequinese ou qualquer outra forma de aceder aos pensamentos delas (pois só assim compreenderíamos o que se passa por lá, já que não nos dizem).
Meninas, por favor, se fazemos alguma coisa de mal, não acumulem nem se deixem levar pelo mau génio. Avisem-nos.
Obrigado.
E se cometemos o erro de perguntar se algo está mal, levamos com aquele olhar fulminante - um dos pontos em comum com as várias mulheres que tive a honra de conhecer; o que faz com que haja também este ponto em comum com os vários homens que se cruzaram comigo, o que nos torna ainda mais solidários uns com os outros (coisa que elas parecem detestar).
Está visto que não percebo nada de mulheres apesar de gostar bastante delas, no geral. É que, pelos vistos, é suposto que adivinhemos o que dizer naquelas alturas em que apenas nos ocorre ficar calados ou mudar de assunto (ou de canal, depende da situação), o que nos torna, aos olhos delas, insensíveis. E mais vale nem sequer perguntar o que se passa, senão somos enxovalhados por não partilharmos de telequinese ou qualquer outra forma de aceder aos pensamentos delas (pois só assim compreenderíamos o que se passa por lá, já que não nos dizem).
Meninas, por favor, se fazemos alguma coisa de mal, não acumulem nem se deixem levar pelo mau génio. Avisem-nos.
Obrigado.
domingo, 16 de agosto de 2009
Devaneios I
Carrego comigo esta certeza de que o sono é algo de inútil, senão mesmo muito inútil. Claro que compreendo os benefícios indispensáveis daquelas oito horas de olhos fechados - nem sempre - e percebo que sem dormir morremos.
No entanto, faz-me confusão que passemos um terço da nossa vida a fazê-lo. Demasiado tempo perdido, sem ler este ou aquele livro, sem ver um filme, sem dar um passeio nocturno - isto para quem dorme de noite - ou estar com aquela pessoa importante.
Se pudesse não inventaria a cura para a Sida ou, num plano mais metafísico, não criaria a poção da juventude eterna, mas um elixir que nos permitisse não necessitar de dormir. Isso sim, seria uma descoberta magnífica.
No entanto, faz-me confusão que passemos um terço da nossa vida a fazê-lo. Demasiado tempo perdido, sem ler este ou aquele livro, sem ver um filme, sem dar um passeio nocturno - isto para quem dorme de noite - ou estar com aquela pessoa importante.
Se pudesse não inventaria a cura para a Sida ou, num plano mais metafísico, não criaria a poção da juventude eterna, mas um elixir que nos permitisse não necessitar de dormir. Isso sim, seria uma descoberta magnífica.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Das saudades
Podia ser mais fácil definir esta coisa de que tantos padecem, uma espécie de moléstia que nos ataca e que pesa no coração, nos restringe os pensamentos e nos torna pesarosos. Não é uma doença - sim, considero que o seja - qualquer, mas um enfado da alma. E para isso ainda não inventaram uma cura cientificamente testada.
Saudade é querer ter nos braços quem está longe, suspirar urgentemente pelo cheiro, querer por perto um sorriso, ansiar por um beijo. É ter insónias dolorosas, como se padecessemos de uma dor de dentes e é, no entanto, bem pior do que isso. Mezinhas e ervas medicinais não existem para curar um ataque de saudades.
Lembro-me de estar contigo, deitados lado a lado, como se o mundo fosse apenas o espaço que nos separava - quase nenhum. E lembro-me de não querer que existisse mundo e puxar-te para mais perto até respirar pelos teus cabelos escuros fora, enredar os dedos nos teus, finos e longos, de unhas brilhantes de verniz escarlate, descobrir todos os teus sinais e marcas deixadas pelo sol, querer guardar na memória cada pedaço de pele morena e o brilho dos teus olhos amendoados. Queria adormecer assim para sempre, sem a urgência do coração e do toque a pedir mais por estares longe, com o teu calor misturado no meu e a escutar a tua respiração tão leve.
Saudades é querer de volta momentos que se foram tornando lembranças, recriá-los vezes sem fim até que se transformem em doces rotinas. O teu sorriso pela manhã, ao som dos raios de sol a entrarem, abafados pelos cortinados, e depois o teu "bom dia" de voz ensonada e o não querer deixar-te sozinha, com medo que desaparecesses. Saudades são este tormento, que faz com que não te esqueça nunca, nem durante as tarefas mais corriqueiras.
Quando desapareceste quis-te tanto de volta que não dormi, quis tanto o teu calor que me enredei em cobertores em pleno verão e não lavei os lençóis até ter a certeza de que o odor que ali permanecia era apenas o meu. De vez em quando, tenho a impressão de sentir o teu aroma por aqui, trancado na parede onde te encostavas quando o sol te enfastiava de tanta quentura, ou em todos os objectos que tocaste e que eu deixei tal como estavam durante muito tempo.
Quando penso em ti, fazes-me sentir tantas saudades que não me lembro de quem sou.
Saudade é querer ter nos braços quem está longe, suspirar urgentemente pelo cheiro, querer por perto um sorriso, ansiar por um beijo. É ter insónias dolorosas, como se padecessemos de uma dor de dentes e é, no entanto, bem pior do que isso. Mezinhas e ervas medicinais não existem para curar um ataque de saudades.
Lembro-me de estar contigo, deitados lado a lado, como se o mundo fosse apenas o espaço que nos separava - quase nenhum. E lembro-me de não querer que existisse mundo e puxar-te para mais perto até respirar pelos teus cabelos escuros fora, enredar os dedos nos teus, finos e longos, de unhas brilhantes de verniz escarlate, descobrir todos os teus sinais e marcas deixadas pelo sol, querer guardar na memória cada pedaço de pele morena e o brilho dos teus olhos amendoados. Queria adormecer assim para sempre, sem a urgência do coração e do toque a pedir mais por estares longe, com o teu calor misturado no meu e a escutar a tua respiração tão leve.
Saudades é querer de volta momentos que se foram tornando lembranças, recriá-los vezes sem fim até que se transformem em doces rotinas. O teu sorriso pela manhã, ao som dos raios de sol a entrarem, abafados pelos cortinados, e depois o teu "bom dia" de voz ensonada e o não querer deixar-te sozinha, com medo que desaparecesses. Saudades são este tormento, que faz com que não te esqueça nunca, nem durante as tarefas mais corriqueiras.
Quando desapareceste quis-te tanto de volta que não dormi, quis tanto o teu calor que me enredei em cobertores em pleno verão e não lavei os lençóis até ter a certeza de que o odor que ali permanecia era apenas o meu. De vez em quando, tenho a impressão de sentir o teu aroma por aqui, trancado na parede onde te encostavas quando o sol te enfastiava de tanta quentura, ou em todos os objectos que tocaste e que eu deixei tal como estavam durante muito tempo.
Quando penso em ti, fazes-me sentir tantas saudades que não me lembro de quem sou.
Sintra
Há em Sintra uma atmosfera qualquer que transforma em sombrios estes dias solarengos e quentes. A iluminação baça que trazem os raios de sol, que florescem as plantas e escurecem a pele, quase passam despercebidos no meio desta neblina que não se vê mas que, sem dúvida, se sente. Conheço quem escreva melhor do que eu e quem conseguiria transmitir melhor a veracidade destes factos.
Contemplo os turistas, ausentes da realidade por não compreenderem esta língua, que tiram fotografias às paisagens e não denotam que esta atmosfera só a vê quem aqui está e quem já aprendeu de cor os tons dos belos quadros que se nos apresentam os castelos e palacetas que são testemunhas de tempos em que lemos em livros históricos.
Gosto tanto de Sintra que já pensei em arranjar um tecto por ali. Imagino-me a comprar queijadas e travesseiros de manhã, a calcorrear caminhos escondidos e trilhos desertos pela serra fora, a sentar-me nos átrios dos palácios a fotografar as expressões maravilhadas dos turistas, a organizar tertúlias à moda dos escritores que preencheram páginas de ficção baseadas nestas terras.
Por agora fico onde estou e talvez assim dê mais importância a estas paisagens. Mas morar em Sintra nunca deixou de ser um objectivo.
Contemplo os turistas, ausentes da realidade por não compreenderem esta língua, que tiram fotografias às paisagens e não denotam que esta atmosfera só a vê quem aqui está e quem já aprendeu de cor os tons dos belos quadros que se nos apresentam os castelos e palacetas que são testemunhas de tempos em que lemos em livros históricos.
Gosto tanto de Sintra que já pensei em arranjar um tecto por ali. Imagino-me a comprar queijadas e travesseiros de manhã, a calcorrear caminhos escondidos e trilhos desertos pela serra fora, a sentar-me nos átrios dos palácios a fotografar as expressões maravilhadas dos turistas, a organizar tertúlias à moda dos escritores que preencheram páginas de ficção baseadas nestas terras.
Por agora fico onde estou e talvez assim dê mais importância a estas paisagens. Mas morar em Sintra nunca deixou de ser um objectivo.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
just my luck?
Há aquelas alturas na vida em que tudo corre bem ou melhor do que até aí - o que não quer dizer que tudo seja perfeito, mas que tudo nos parece perfeito porque nunca tínhamos experimentado tal -, o que nos faz sair de casa a assobiar e encarar a rotina com outro fôlego. São aquelas alturas em que os planos parecem todos exequíveis, as amizades inabaláveis, os amores inquebráveis.
Não estou a escrever sobre isto por estar numa dessas fases, mas porque tenho receio delas. Tudo no mundo vem aos pares e isso inclui a sorte e o azar. O problema é a distância que os separa não ser suficiente para que tudo corra bem e, por isso mesmo, sempre que a vida me sorri eu desconfio e olho à volta, como se temesse estar a ser perseguido - e é precisamente isso: temo estar a ser perseguido pelo azar.
Não percebo se é por estarmos demasiado enredados na nossa sorte que os azares parecem bem maiores depois de uma boa fase ou se é mesmo porque nada nos é fornecido de graça e por cada coisa boa que nos acontece, temos de pagar o dobro ou o triplo a alguma entidade divina.
Ocorreu-me isto hoje, enquanto pensava que prefiro estar assim como estou, numa fase contrabalançada em que as sortes que me calham não são espectaculares e os azares não são desastrosos. Viva o mediano!
Não estou a escrever sobre isto por estar numa dessas fases, mas porque tenho receio delas. Tudo no mundo vem aos pares e isso inclui a sorte e o azar. O problema é a distância que os separa não ser suficiente para que tudo corra bem e, por isso mesmo, sempre que a vida me sorri eu desconfio e olho à volta, como se temesse estar a ser perseguido - e é precisamente isso: temo estar a ser perseguido pelo azar.
Não percebo se é por estarmos demasiado enredados na nossa sorte que os azares parecem bem maiores depois de uma boa fase ou se é mesmo porque nada nos é fornecido de graça e por cada coisa boa que nos acontece, temos de pagar o dobro ou o triplo a alguma entidade divina.
Ocorreu-me isto hoje, enquanto pensava que prefiro estar assim como estou, numa fase contrabalançada em que as sortes que me calham não são espectaculares e os azares não são desastrosos. Viva o mediano!
domingo, 2 de agosto de 2009
Tristeza
Há muito que não escrevia aqui, mas o que me inspirou não foi nenhum momento iluminado por alguma força metafísica ou um acontecimento inesperadamente bom. Nada. Foi um curto-circuito de uma mente praticamente brilhante, que conheci há algum tempo e de cujos devaneios me tornei viciado. Uma criatura que, por alguma força maléfica, decidiu dar uma pausa e vai deixar indefesas as palavras que dela dependem. E os leitores que já não passam sem os seus raciocínios ilogicamente racionais apesar de lunáticos.
Hoje é uma noite triste para a história da literatura cibernética - esperemos que se fique por aí, a pausa. Espero sinceramente que este timeout sirva para preencher muitas folhas de rascunho e, quem sabe (e eu estou esperançoso), para que o mundo venha a descobrir a melhor escritora de todos os tempos.
Amén.
Hoje é uma noite triste para a história da literatura cibernética - esperemos que se fique por aí, a pausa. Espero sinceramente que este timeout sirva para preencher muitas folhas de rascunho e, quem sabe (e eu estou esperançoso), para que o mundo venha a descobrir a melhor escritora de todos os tempos.
Amén.
sábado, 18 de julho de 2009
Note
Há por aí um grande falatório que me desgasta os nervos e que me fez decidir expôr publicamente a minha opinião sobre o assunto: ter sensibilidade não significa necessariamente ter tendências homossexuais. Eu sei que são raros os homens heterossexuais que lêem livros e vêem filmes com um lado mais sensível, feminino se preferirem, ou telenovelas ou músicas de mulheres como Madonna. Mas que os há, há. E não quer dizer que sejam efeminados, são apenas mais abrangentes nas suas escolhas artísticas.
Se há coisa que me tira do sério são os ares enviosados nos transportes públicos quando me ponho a ler livros, de todo, ou quando leio livros de cariz sensível, estilo Norah Roberts. Eu gosto de ler e leio de tudo um pouco, independentemente do que isso me faz parecer. Da mesma forma que, confesso, vejo telenovelas.
Não vejo problema algum e penso que isso não põe em causa as minhas tendências sexuais - bem conservadoras, devo acrescentar.
Se há coisa que me tira do sério são os ares enviosados nos transportes públicos quando me ponho a ler livros, de todo, ou quando leio livros de cariz sensível, estilo Norah Roberts. Eu gosto de ler e leio de tudo um pouco, independentemente do que isso me faz parecer. Da mesma forma que, confesso, vejo telenovelas.
Não vejo problema algum e penso que isso não põe em causa as minhas tendências sexuais - bem conservadoras, devo acrescentar.
terça-feira, 12 de maio de 2009
A vida segue lá fora
Olho pela janela e penso seriamente em vender a alma a algum demónio ou ao diabo quem sabe, por umas horinhas vagas. Para pôr leituras e amigos em dia, para ver filmes rodeado de pipocas, para ir àquelas lojas cheias de livros, cd's e dvd's e outras coisas e estourar o cartão multibanco; para ver a lua, para dividir meias de leite, para pensar que posso ficar acordado até mais tarde e aproveitar a noite sem pensar que se calhar devia era ir dormir.
O pior de tudo é esta ausência de mim próprio que me afasta daqueles de quem gosto (tanto). Sinto falta de conversas lunáticas, de rir despreocupadamente, de fazer coisas espontâneas. Se por um lado penso que isto é importante profissionalmente falando, por outro penso que estou a perder coisas importantes e que um dia me vou arrepender seriamente de não ter prestado mais atenção a outros aspectos. Sou um pouco paranóico nestas coisas e tenho um medo tremendo de estar demasiado focado em coisas que não deveriam ser tão prioritárias. E tenho medo de acabar por ficar sozinho e tornar-me num velho solteirão e rezingão.
E agora... mais trabalho me espera.
O pior de tudo é esta ausência de mim próprio que me afasta daqueles de quem gosto (tanto). Sinto falta de conversas lunáticas, de rir despreocupadamente, de fazer coisas espontâneas. Se por um lado penso que isto é importante profissionalmente falando, por outro penso que estou a perder coisas importantes e que um dia me vou arrepender seriamente de não ter prestado mais atenção a outros aspectos. Sou um pouco paranóico nestas coisas e tenho um medo tremendo de estar demasiado focado em coisas que não deveriam ser tão prioritárias. E tenho medo de acabar por ficar sozinho e tornar-me num velho solteirão e rezingão.
E agora... mais trabalho me espera.
domingo, 12 de abril de 2009
You really gotta hold on me
I don't like you, but I love you
Seems that I'm always thinkin' of you
Oh, you treat me badly
I love you madly
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I don't want you, but I need you
Don't wanna kiss you, but I need to
Oh, you do me wrong now
My love is strong now
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I love you and all I want you to do is just
hold me
hold me
hold me
hold me...
I wanna leave you, don't wanna stay here
I don't wanna spend another day here
Oh, you do me wrong now
My love is strong now
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I said you really gotta hold on me
(You really gotta hold)
I love you and all I want you to do is just
hold me
hold me
hold me
hold me...
Hold me...
Seems that I'm always thinkin' of you
Oh, you treat me badly
I love you madly
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I don't want you, but I need you
Don't wanna kiss you, but I need to
Oh, you do me wrong now
My love is strong now
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I love you and all I want you to do is just
hold me
hold me
hold me
hold me...
I wanna leave you, don't wanna stay here
I don't wanna spend another day here
Oh, you do me wrong now
My love is strong now
You really gotta hold on me
(You really gotta hold on me)
I said you really gotta hold on me
(You really gotta hold)
I love you and all I want you to do is just
hold me
hold me
hold me
hold me...
Hold me...
A tradução (muito livre) das partes mais significativas da música seria qualquer coisa como: Eu não gosto de ti, mas amo-te/Parece que estou sempre a pensar em ti/ Oh, tratas-me mal/Eu amo-te loucamente (...) Eu não te quero/mas preciso de ti...
A interpretação (nada livre) serias tu e eu. Ou melhor eu acerca de ti. É preciso dizer mais? Por que te afastas assim, quando eu me aproximo? Por que pareces tão próxima quando estou junto de ti e depois tão distante, quando nos despedimos? O que muda nesse espaço de tempo em que os meus olhos te vêem cada vez mais longe e depois o coração estrebucha de saudade e o espírito se arrepia por sentir a tua falta e o sono falta-me e, quando finalmente vem, é atormentado por pesadelos? O que muda, o que acontece quando nos separamos no espaço e no tempo?
I really gotta hold on you. Se isso fosse suficiente, coseria a minha pele à tua roupa e não mais te deixaria. Mas é pena, porque não chega. E o pior é que... you really are something special. E é por isso que dói.
A interpretação (nada livre) serias tu e eu. Ou melhor eu acerca de ti. É preciso dizer mais? Por que te afastas assim, quando eu me aproximo? Por que pareces tão próxima quando estou junto de ti e depois tão distante, quando nos despedimos? O que muda nesse espaço de tempo em que os meus olhos te vêem cada vez mais longe e depois o coração estrebucha de saudade e o espírito se arrepia por sentir a tua falta e o sono falta-me e, quando finalmente vem, é atormentado por pesadelos? O que muda, o que acontece quando nos separamos no espaço e no tempo?
I really gotta hold on you. Se isso fosse suficiente, coseria a minha pele à tua roupa e não mais te deixaria. Mas é pena, porque não chega. E o pior é que... you really are something special. E é por isso que dói.
terça-feira, 17 de março de 2009
Retorno
Para o regresso ao mundo cibernáutico ficar completo, já só faltava um post. Ando ocupado com coisas, daquelas que nos tiram o sono e nos fazem viver em constante stress. E de repente, um convite dissimulado faz-nos abandonar tudo e seguir para um mundo encantado, de realidades paralelas, de sonhos partilhados, de conversas sem sentido, de bebidas quentes oferecidas na noite quente. Tem sido sempre assim: encontros a horas impróprias, conversas impróprias, gestos impróprios, sempre acompanhados de meias de leite. Aquele ritual.
Por vezes precisamos de alguém que nos puxe para fora da realidade, para a surrealidade da imaginação. Alguém que nos conte estórias como só ela sabe, alguém que nos embale na sua voz adocicada com travo a caramelo, alguém que nos faça rir até da tristeza, alguém que se ria por tudo e por nada (mesmo quando parece soterrada de problemas e dúvidas existenciais) alguém lunático e indeciso, alguém que tenha todas as características de uma criatura imaginária. Porque é por tudo isso que o caos existe: para ser dissolvido em conversas ligeiras, como um snack mental, um coffee break da alma.
Sabe bem desabafar e proferir impropérios e resmungar contra o mundo e mostrar o dedo do meio e sermos nós próprios, nem que seja de vez em quando. Há vezes que valem por muitas.
Tenho-me deixado levar por uma maré de trabalho, de incompreensões, de desânimos, de meias de leite a quem não merece, de memórias esgotantes, de afectos desapegados. Com o peso do mundo nas costas. E afinal, é tudo tão simples de resolver. Vou fugir. Assim sem mais nem menos. Sem avisar ninguém, sem telemóvel, sem expectativas, sem companhia. Talvez já amanhã.
Por vezes precisamos de alguém que nos puxe para fora da realidade, para a surrealidade da imaginação. Alguém que nos conte estórias como só ela sabe, alguém que nos embale na sua voz adocicada com travo a caramelo, alguém que nos faça rir até da tristeza, alguém que se ria por tudo e por nada (mesmo quando parece soterrada de problemas e dúvidas existenciais) alguém lunático e indeciso, alguém que tenha todas as características de uma criatura imaginária. Porque é por tudo isso que o caos existe: para ser dissolvido em conversas ligeiras, como um snack mental, um coffee break da alma.
Sabe bem desabafar e proferir impropérios e resmungar contra o mundo e mostrar o dedo do meio e sermos nós próprios, nem que seja de vez em quando. Há vezes que valem por muitas.
Tenho-me deixado levar por uma maré de trabalho, de incompreensões, de desânimos, de meias de leite a quem não merece, de memórias esgotantes, de afectos desapegados. Com o peso do mundo nas costas. E afinal, é tudo tão simples de resolver. Vou fugir. Assim sem mais nem menos. Sem avisar ninguém, sem telemóvel, sem expectativas, sem companhia. Talvez já amanhã.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Escrever
Quando queremos escrever, mas não temos assunto, refugiamo-nos em rotinas. Banalidades. Casualidades. Intimidades. Lixo televisivo. Devaneios. O tempo, o eterno refúgio (se bem que na escrita não tem tanto impacto como numa conversa).
Admiro quem escreve por gosto e não se cansa. Quem consegue passar um dia de trabalho debruçado sobre palavras. Admiro quem quer passar um dia inteiro a lidar com elas. Moldando-as, transformando-as, criando histórias. Quem consegue fazê-las passar pelo buraco da fechadura que é o bloqueio. Gostava que as palavras me amassem tanto como eu as amo. De verdade. Mas é fácil amar o que não tem defeitos, certo?
Admiro quem escreve por gosto e não se cansa. Quem consegue passar um dia de trabalho debruçado sobre palavras. Admiro quem quer passar um dia inteiro a lidar com elas. Moldando-as, transformando-as, criando histórias. Quem consegue fazê-las passar pelo buraco da fechadura que é o bloqueio. Gostava que as palavras me amassem tanto como eu as amo. De verdade. Mas é fácil amar o que não tem defeitos, certo?
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